sábado, 14 de janeiro de 2012

UM TEXTO DE GERALDO PRADO (ou EXISTE PREFÁCIO PARA UM BLOG?)

   
      


           Por ocasião da obra "Em torno da jurisdição" (Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011), da lavra do jurista Geraldo Prado, deixei consignado que considerava difícil escrever um prefácio. Isso porque se trata de um discurso introdutório, um pré-texto que possui uma única e clara vocação: passar despercebido à maioria dos leitores. Escrevi também que os prefácios são funcionais à obra literária da mesma forma que a entrada serve ao prato principal da refeição, ou seja, destina-se a ser uma passagem, não necessária, ao deleite produzido pela leitura.[1][1] Quem se propõe a escrever um prefácio, deve saber disso: o prefácio não pode saturar o leitor. Por sorte, os prefácios têm um valor de realização autônomo e, por essa razão, não interferem no sucesso do texto subseqüente e, apesar do meu prefácio, o livro do Geraldo foi um sucesso.
             Naquele texto, citando Jacinto Nelson de Miranda Coutinho, concordei que um prefácio é sempre “metade razão, metade coração”[2][2], e diz tanto do prefaciador quanto da obra prefaciada. Há, ao prefaciar, o necessário reconhecimento da presença do outro (o outro que é o autor do texto principal, o outro que será o leitor da obra e o outro, o não-leitor, o excluído da leitura, mas que pode figurar como o principal beneficiado das lições do autor[3][3])

          Após postar o lançamento deste espaço, fui surpreendido ao ler a atualização do Blog editado por Geraldo Prado ( http://geraldoprado.blogspot.com/ ).   Ali estava um texto que unia razão e coração. Para além dos exageros, frutos da amizade que nos une, Geraldo produziu um texto que diz tanto do meu Blog quanto de mim.  A partir da sugestão do Prof. Leonardo Schmitt de Bem, resolvi "adotar" aquele post como uma espécie de prefácio deste Blog.
          Valeu, Geraldo. Agradeço esse "prefácio involuntário" para o blog e, sobretudo, o fato de estarmos juntos em tantas lutas e em tantas caminhadas (para não falar das partidas de futebol).
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[1] Com sorte, a entrada (primeiro prato) serve para facilitar a digestão dos próximos pratos ou estimular o apetite.
[2] COUTINHO, Jacinto Nelson de Miranda. Nota do autor. In Temas de direito penal e processo penal (por prefácios selecionados). Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p. ix
[3] Basta pensar nas pessoas beneficiadas com as lições de Marx que nunca leram os vários livros que compõe Das Kapital.

Geraldo Prado: Não passarão! Blog de Rubens Casara: Não passarão! Ganha vida o blog de Rubens Casara. Não se trata de mais um lugar de resistência e crítica, apenas, o que por si só justifica...

2 comentários:

  1. Rubens!!!!
    Parabéns pela iniciativa! Tens muito a somar com teus escritos!
    Já estou seguindo e te adicionei na lista do meu blog!
    Beijos e sucesso!
    Dani Felix

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  2. Prezado, o blog é muito bom. Passei lendo vários posts hoje e fiquei muito feliz de ver que aquela antiga sugestão foi concretizada. Abs.

    PS. Indiquei aos alunos.

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